segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Olhos de alvorada

Eu não sei o que tem nesses olhos que vivem com sono
sem jeito e sem dono
Sem ideia da força que têm        

Eles são a quimera escandalosa
São ao mesmo tempo prisão e alforria
Nas auroras mais silenciosas
São denúncia de que amanheceu o dia

São becos, frestas, vielas
Esses olhos são asilo
Para onde correm os outros sentidos
E onde se escondem os fugitivos.

Eu não sei o que tem nesses olhos que vivem com fome
sem jeito e sem nome
Sem ideia da beleza que têm     

Que me fazem lembrar o nascer do sol na pele queimando
Sem a correria do perfeito plano
Esses olhos têm um jeito gostoso de me fazer bem.

Janeiro de 2014.

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