Eu não sei o que tem nesses olhos que vivem com
sono
sem jeito e sem dono
Sem ideia da força que têm
Eles são a quimera escandalosa
São ao mesmo tempo prisão e alforria
Nas auroras mais silenciosas
Nas auroras mais silenciosas
São denúncia de que amanheceu o dia
São becos, frestas, vielas
Esses olhos são asilo
Para onde correm os outros sentidos
E onde se escondem os fugitivos.
Eu não sei o que tem nesses olhos que vivem com
fome
sem jeito e sem nome
Sem ideia da beleza que têm
Que me fazem lembrar o nascer do sol na pele queimando
Sem a correria do perfeito plano
Esses olhos têm um jeito gostoso de me fazer bem.
Janeiro de 2014.
Janeiro de 2014.
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