quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Eu sou efêmero e você também.



Não há nada que impeça a finitude, para ela não há remédio, não há cura. O tempo, ele não poupa pois não se gasta, não se guarda. Para ele não há justiça, ainda que a justa balança do universo seja inexorável. Ora, o equilíbrio não é um valor humano, pois nós medimos e qualificamos as coisas em frágeis e fortes, pequenas e grandes, valiosas ou não; mas todas elas são efêmeras e você também.

É engraçado porque nada faz sentido e por isso mesmo é que tudo se justifica. Sou parte de uma ideia, de uma consciência, de uma inteligência que é tão fugaz quanto a minha própria carne. Porque eu sou efêmero e você também.

Sinto-me pequeno e gigante justamente quando percebo que eu e o mundo somos os dois lados de uma mesma moeda: eu não sou nada sem o mundo e o mundo também seria nada se eu não existisse. Claro, eu não teria como provar que as coisas existiriam se eu não estivesse aqui para senti-las. Porque o mundo é efêmero e você também.

"Meu amor o que você faria se só lhe restasse esse dia?" Não há cura para a morte nem para o fim do mundo, que são basicamente a mesma coisa. Mas há sobretudo o tempo, que é causa e efeito, dano e reparação, absoluto e relativo. E como só há tempo, aproveite-o para amar, para dizer que ama, para permitir que os outros vivam os seus tempos com amor. Uma hora ou outra ele acaba e, acredite, sua inexorabilidade não separa alegrias de suplícios. Porque até mesmo o tempo é efêmero e você também.

Isaac N

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