sábado, 19 de junho de 2010

Feito In Memorian (FIM)

Tu que és produto do imaginário,
Não és físico, nem metafísico,
É, pois, paradoxal em sua essência.
A linguagem lhe dá forma, cadência,
quando nos faz sombra ainda no claro.

As suas portas se fecharam.
Os seus armários estão vazios.
Por que viestes tão sóbrio?
Por que não me deixas teu ópio?
Por que tuas janelas se quebraram?

Eu que devo seguir teu prelúdio.
Eu que devo amar os teus desfechos.
Tu que és irritantemente monofônico
Eu que estou irritantemente atônito
Aceito tudo que me trouxer proveitos.

Este é o início do seu legado
Estagnado, opaco e resignado,
Frio, dark, amargo.
Branco em preto.

Não tenhas dúvida que te recordarei.
Certamente te idolatrarei.
Hoje só quero olvidar-te.
Hoje não quero nunca amar-te.

Irei desatar os teus laços
Enquanto encobrirás meus erros.
Vestirei-me de branco, sem medo
E serei teu filho.

Tua prole, a mais insegura.
Este futuro, o mais valioso.

Estou diante do teu machado.
E já aceitei a tua sentença.

Finalize-me.



#Ao meu amigo PC, que os fins não sejam amargos.

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